quinta-feira, 11 de outubro de 2018

in: http://tag.jn.pt/escoliose-afeta-2-3-dos-jovens-sabes/


Escoliose afeta 2% a 3% dos jovens. Sabes o que é?
Escoliose é uma deformidade em rotação da coluna vertebral, ou seja, existe escoliose quando temos as costas com uma curvatura superior a 10% à postura correta.
É uma doença que afeta cerca de 2% a 3% dos adolescentes, mas há tratamento. Para que este problema não seja ignorado, a Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) vai divulgar um vídeo a explicar tudo a alunos das escolas secundárias.
“Os principais sinais de alerta são os ombros e ancas a alturas diferentes, a inclinação do corpo para um dos lados, e uma tumefação (aumento do volume) nas costas quando as crianças se dobram”, explica o ortopedista Manuel Tavares de Matos, presidente da SPPCV.
O tratamento deve ser individualizado. Os casos mais ligeiros exigem apenas uma vigilância regular até à conclusão do crescimento da coluna vertebral. Em adolescentes que ainda não terminaram o seu crescimento, o uso de um colete pode ser recomendado para impedir o agravamento da curva.
“Com este vídeo pretendemos explicar às crianças o que é a escoliose, mas também queremos alertar os professores e educadores para estarem atentos aos sinais de alerta pois estes desempenham um papel fundamental na deteção da doença”, acrescentou Manuel Tavares de Matos.

https://youtu.be/qBGegH6jaFU


in: https://www.publico.pt/2018/10/09/sociedade/noticia/empregadores-portugueses-sao-os-que-tem-menos-escolaridade-na-ue-1846582

Empregadores portugueses são os menos escolarizados da UE
Portugal é o país da União Europeia onde há mais empregadores e trabalhadores por conta de outrem sem formação secundária e superior. Média da UE é de 17%.


9 de Outubro de 2018, 8:43
     

FERNANDO VELUDO/NFACTOS
Em cada 100 empregadores portugueses, 55 não têm o ensino secundário ou superior — em 1992 eram 79 em cada 100. Este número coloca Portugal no topo da lista de países onde os patrões têm menos formação. Logo a seguir surgem Malta, Espanha, Itália e Grécia. Na União Europeia, a média é de 16,6%. Os números fazem parte do Retrato de Portugal na Europa, apresentado esta terça-feira pela Pordata.
Os trabalhadores também não estão numa situação particularmente favorável. Os números mostram que 43,3% dos que trabalham por conta de outrem também não têm mais do que o 9.º ano. À semelhança do que acontece com os dados relativos aos empregadores, os primeiros lugares são ocupados por Malta, Espanha e Itália. A média europeia ronda os 16%, indicam os dados publicados pelo Eurostat a partir dos Inquéritos ao Emprego nos Estados-membros.
“O problema da formação profissional dos empregadores portugueses está nas micro e nas pequenas empresas”, aponta António Casimiro Ferreira, investigador no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra e membro do Núcleo de Estudos sobre Democracia. “Coloca-se o ónus da produtividade nos trabalhadores. Fala-se da formação profissional dos trabalhadores, mas nunca se considera como elemento de produtividade e competitividade a formação dos empregadores”, aponta o investigador.
O problema é “crónico”, diz Manuel Carvalho da Silva, também investigador do CES. E até elenca a possibilidade de se ter intensificado com a crise. “O desemprego levou à iniciativa própria de muita gente, o que levou muitos a aparecerem como empresários sem o serem realmente. Isso é um aspecto que se deve considerar.”
Maria João Valente Rosa, directora da Pordata, nota que “temos feito avanços, mas ainda estamos muito aquém daquilo que seria confortável e desejável” nesta área. O facto de “a maioria dos empregadores ter, no máximo, o 9.º ano de escolaridade coloca-nos numa posição de enorme desvantagem”.
São estes dados que ajudam depois a explicar outros indicadores como a produtividade laboral por hora de trabalho: Portugal fica 33,6 pontos percentuais abaixo do valor de referência para a UE, 100%. O que nos coloca no 10.º lugar na lista dos menos produtivos que é dominada pela Bulgária. Por outro lado, estamos entre os que trabalham mais horas.
“É claro que o caminho está a ser percorrido", nota. "Mas temos de andar muito mais rápido do que os outros. A nossa posição de partida também nos colocava em enorme desvantagem. Temos de fazer um esforço enorme para chegar a níveis relativamente confortáveis, sabendo nós que o conhecimento é o que pode fazer a diferença no que diz respeito à dinâmica económica das várias sociedades”, sublinha a demógrafa. 



FORMAÇÃO DE UTILIZADORES

10ºA









PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA

JOSÉ SARAMAGO

na B ESLA







terça-feira, 9 de outubro de 2018

in: https://www.huffpostbrasil.com/2018/10/06/nobel-da-paz-2018-vai-para-ativistas-contra-violencia-sexual-como-arma-de-guerra_a_23552880/?guccounter=1&guce_referrer_us=aHR0cHM6Ly93d3cuZ29vZ2xlLmNvbS8&guce_referrer_cs=9f9C45gDvGkf97FjOuQ6FA


NOTÍCIAS
06/10/2018 14:06 -03 | Atualizado 06/10/2018 14:33 -03
Nobel da Paz 2018 vai para ativistas contra violência sexual como arma de guerra
Nadia Murad é sobrevivente de violência sexual no Iraque. Já o médico congolês Denis Mukwege trata vítimas de abuso na República Democrática do Congo.
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 Cerimônia de entrega do Nobel da Paz 218 será realizada no dia 10 de dezembro, em Oslo.

FREDERICK FLORIN VIA GETTY IMAGES

Cerimônia de entrega do Nobel da Paz 218 será realizada no dia 10 de dezembro, em Oslo.

Nadia Murad, de 25 anos, e o congolês Denis Mukwege, de 63, são os ganhadores do Prêmio Nobel da Paz 2018 devido a "seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra e conflito". O anúncio foi feito nesta sexta-feira (5), em Oslo, na Noruega.
Pertencente à minoria religiosa yazidi, Nadia Murad, tornou-se ativista dos direitos humanos após ter sido sequestrada e violentada por três meses por integrantes do grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI), no Iraque.
Descrita como uma pessoa que demonstra uma "coragem incomum", ela fugiu dos terroristas em 2014 e liderou uma campanha para impedir o tráfico de pessoas e libertar os yazidis da perseguição.
O grupo étnico-religioso é composto por cerca de 400 mil pessoas e possui crenças que combinam elementos de várias religiões antigas do Oriente Médio. O grupo é considerado "infiel" pelos extremistas do EI - que usa a violência sexual como estratégia militar sobre a minoria. Estima-se que 3 mil meninas e mulheres yazidis foram vítimas de estupro e outros abusos.
Em 2016, a ativista foi nomeada embaixadora da Boa Vontade da ONU para a Dignidade dos Sobreviventes do Tráfico Humano.
"Nadia Murad, premiada com o Prêmio Nobel da Paz de 2018, é a testemunha que conta sobre os abusos perpetrados contra ela e os outros. Ela mostrou coragem incomum em relatar seus próprios sofrimentos e falar em nome de outras vítimas", diz o texto publicado pela organização do Nobel no Twitter.

Nadia Murad, awarded the 2018 Nobel Peace Prize, is the witness who tells of the abuses perpetrated against herself and others. She has shown uncommon courage in recounting her own sufferings and speaking up on behalf of other victims.

Conhecido como "doutor milagre", o médico ginecologista Denis Mukwegepassou grande parte de sua vida ajudando vítimas de violência sexual na República Democrática do Congo, na África, e lutando também pela recuperação da dignidade de suas vidas após os ataques.
Cerca de 30 mil vítimas de violência sexual já foram tratadas pelo médico e sua equipe.
Mukwege é crítico ao governo congolês e de outros países do continente africano por não atuarem de forma eficaz na erradicação dos abusos contra mulheres, sobretudo no contexto de guerra civil. Ele já descreveu a questão do estupro na região como uma "arma de destruição em massa".
Com o apoio da Unicef e de doadores, o médico montou hospital com 350 leitos, uma unidade de atendimento móvel e um sistema que oferece microcréditos para que as vítimas de violência sexual reconstruam suas vidas.
No Twitter, a organização do Nobel compartilhou o seguinte texto sobre o médico:

Denis Mukwege’s basic principle is that “justice is everyone’s business”. The 2018 Peace Laureate is the foremost, most unifying symbol, both nationally and internationally, of the struggle to end sexual violence in war and armed conflicts.


"O princípio básico de Denis Mukwege é que 'a justiça é da conta de todo mundo'. O Prêmio Nobel 2018 é o símbolo mais importante e unificador, tanto nacional como internacionalmente, da luta para acabar com a violência sexual na guerra e nos conflitos armados."
O prêmio
Neste ano, o comitê do Nobel recebeu a nomeação de 216 indivíduos e 115 organizações. Os nomes são mantidos em sigilo, sendo divulgados somente depois de 50 anos.
Criada em 1901 pelo industrial sueco Alfred Nobel, o inventor da dinamite, a premiação oferece 9 milhões de coroas suecas (cerca de 1 milhão de dólares) aos vencedores.


in: https://www.publico.pt/2018/10/03/ciencia/noticia/premio-nobel-da-quimica-1846090

Prémio Nobel da Química 2018 para a evolução no “tubo de ensaio”
Comité distinguiu trabalhos baseados em experiências que aproveitaram “o poder da evolução”.
3 de Outubro de 2018, 10:57 actualizado a 3 de Outubro de 2018, 16:32

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O Prémio Nobel da Química de 2018 foi atribuído à norte-americana Frances H. Arnold e, a outra metade, ao norte-americano George P. Smith e ao britânico Gregory P. Winter, anunciou esta quarta-feira o comité do Nobel no Instituto Karolinska, em Estocolmo (Suécia). O prémio tem um valor de nove milhões de coroas suecas (cerca de 871 mil euros). “Os laureados de Química deste ano assumiram o controlo da evolução e usaram os mesmos princípios – mudança genética e selecção – para desenvolver proteínas que resolvem os problemas químicos da humanidade.” 
Frances H. Arnold, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena (EUA), recebe o Nobel da Química pelo trabalho desenvolvido com a “evolução dirigida de enzimas”. A outra metade do prémio será dividida entre George P. Smith, da Universidade do Missouri, em Columbia (EUA), e por Sir Gregory P. Winter, do Laboratório de Biologia Molecular do MRC (Medical Research Council), em Cambridge (Reino Unido), pelo trabalho desenvolvido com péptidos (fragmentos de uma proteína) e anticorpos em fagos, minúsculos vírus que apenas infectam bactérias.


“Os métodos que os premiados desenvolveram servem para promover uma indústria química mais verde, produzir novos materiais, fabricar biocombustíveis sustentáveis, tratar doenças e, assim, salvar vidas”, referiu o comité do Nobel.
O comunicado de imprensa do comité do Nobel tem o sugestivo título de “A (r)evolução na química” e começa por referir que o poder da evolução é revelado na diversidade da vida. Não é preciso ser prémio Nobel ou sequer cientista para constatar que estamos cercados de vida e que esta assume múltiplas formas em qualquer ambiente, do mais inóspito ao mais fértil. Desde as mais profundas brechas na Terra até ao cume das montanhas mais altas deparamos com vida. Isto acontece porque “a evolução” resolveu uma série de complexos problemas químicos. Exemplos: os peixes nadam nos oceanos polares porque possuem proteínas anticongelantes no seu sangue, os mexilhões conseguem agarrar-se às rochas porque desenvolveram uma cola molecular que funciona na água. O comunicado de imprensa continua esta viagem pela evolução e lembra que a química da vida está nos nossos genes e que uma pequena alteração que mude a equação pode tornar-nos mais fracos ou mais robustos.

“Este processo chegou tão longe que deu origem a três indivíduos tão complexos que conseguiram, eles próprios, dominar a evolução.” Foi através da evolução dirigida, a evolução num tubo de ensaio, que os três laureados revolucionaram a química e o desenvolvimento de novos fármacos, mais eficazes e com menos efeitos secundários, já que são feitos a partir de nós.
Do táxi até ao Nobel
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Frances H. Arnold usou a evolução dirigida para produzir enzimas, “a mais aguçada ferramenta química da vida”. No início da sua carreira, a engenheira mecânica e aeroespacial investiu nas energias renováveis à procura de uma nova tecnologia. Primeiro trabalhou com energia solar, mas depois acabou por se virar para novas tecnologias de ADN. “Era evidente que era necessário no nosso dia-a-dia uma maneira inteiramente nova de fazer materiais e químicos e que a podíamos alcançar se conseguíssemos reescrever o código da vida”, refere a cientista, citada no comunicado de imprensa.


A investigadora Frances Arnold PHIL MCCARTEN/REUTERS
O plano era usar enzimas, conceber novas enzimas. Uma abordagem arrogante? Sim, a própria cientista admite-o. Era demasiado difícil replicar estas complexas estruturas formadas por milhares de aminoácidos em infinitas combinações possíveis. Restava inspirar-se na natureza e imitar o seu método: a evolução. E assim começou a “brincadeira”. Passo após passo, aperfeiçoou a técnica, substituindo apenas o princípio da evolução apoiado na sobrevivência do mais apto por uma “selecção” neste novo campo da “evolução dirigida”.
Actualmente, as enzimas produzidas no laboratório de Frances Arnold são capazes de catalisar reacções químicas que nem sequer existem na natureza, formando materiais inteiramente novos. Uma das principais aplicações destas enzimas está no desenvolvimento de novos fármacos, mais eficazes e com menos efeitos secundários. Coincidência ou talvez não, a cientista voltou a trabalhar na área das energias renováveis e desenvolveu enzimas que transformam açúcares simples numa substância que pode ser usada para a produção de biocombustíveis usados em carros ou aviões ou de plástico menos prejudicial ao ambiente.
Dos três laureados, apenas se soube esta quarta-feira alguns detalhes da vida pessoal de Frances H. Arnold. Além de ficarmos a saber que é uma sobrevivente de cancro e que é filha do físico nuclear William Howard Arnold e tem três filhos, também foi divulgado que a cientista enquanto jovem trabalhou como empregada num clube de jazz e foi motorista de táxi.


O investigador Gregory Winter ALBERTO MORANTE/EPA
Tirar partido dos fagos
A outra metade do prémio Nobel da Química coloca os fagos debaixo dos holofotes. Neste caso, George P. Smith e Gregory P. Winter usaram um método chamado “phage  display” (apresentação em fagos) para desenvolver novas proteínas. O resultado é a possibilidade de conceber produtos capazes de neutralizar toxinas, combater doenças auto-imunes e, em alguns casos, tratar cancros metastáticos.
Mas vamos por partes. Quando, nos anos 80, George Smith entrou no mundo dos fagos, o objectivo era usá-los para clonar genes. No entanto, nessa altura a tecnologia e o conhecimento na área da genética era muito diferente do que temos hoje. Muitos dos genes que produzem certas proteínas não estavam sequer identificados. Assim, o cientista decidiu usar os fagos para procurar os genes, uma espécie de cana de pesca que com o isco certo conseguia capturar uma “agulha num palheiro”.
Como isco usaram anticorpos. Tal como explica o comunicado de imprensa, os anticorpos possuem essa fantástica capacidade de funcionarem como mísseis direccionados, conseguindo identificar e unir-se a uma única proteína entre milhares com uma precisão incrível. Se os investigadores conseguissem apanhar alguma coisa numa sopa de fagos usando um anticorpo que se associasse a uma conhecida proteína, iam também conseguir chegar, por arrasto, até ao gene que comanda a produção dessa proteína. Em 1985, George Smith produziu um fago com um fragmento de uma proteína, um péptido, na sua superfície e, usando um anticorpo, conseguiu “pescá-lo” de uma sopa com muitos fagos. Estavam assim estabelecidas as bases da técnica de apresentação em fagos, ou phage display. “O método é brilhante na sua simplicidade”, refere o comité do Nobel, acrescentando que se apoia num forte pilar fazendo com que o fago funcione como uma ligação entre a proteína e o seu gene. Nos anos 90, vários grupos de investigação usaram esta técnica para desenvolver novas biomoléculas.

George P. Smith na sua casa em Columbia, no Missouri (EUA), esta quarta-feira CORTESIA DE MARJORIE SABLE/REUTERS
Uma das pessoas que usou a técnica phage display foi o terceiro laureado da edição deste ano do Prémio Nobel da Química, Gregory Winter. O cientista conseguiu usar esta técnica para a produção de anticorpos, concretizando o conceito de uma evolução dirigida, orientada. Aproveitando o modus operandide fagos e anticorpos, produziu uma biblioteca de fagos com milhões de variedades de anticorpos na sua superfície. Nos anos 90 criou uma empresa farmacêutica baseada na produção de um anticorpo humano, o adalimumab, que foi aprovado em 2002 para o tratamento de artrite reumatóide e também é usado para tratar diferentes tipos de psoríase e doenças inflamatórias do intestino.

O “sucesso” deste primeiro anticorpo inteiramente humano produzido em laboratório empurrou a indústria farmacêutica que está a usar a técnica do phage display para produzir, por exemplo, anticorpos para o cancro. Outro anticorpo farmacêutico aprovado neutraliza a toxina que causa antrax, uma doença infecciosa aguda, e outro novo anticorpo abranda o lúpus, uma doença auto-imune. Em ensaios clínicos há muitos outros anticorpos criados com este método para vários fins, entre os quais combater a doença de Alzheimer.
Resumindo, confirma-se que houve uma (r)evolução na química e que ainda está em curso. E, apesar dos receios de quem antevê uma possibilidade de usarmos esta evolução dirigida pelos humanos para fabricar “coisas más”, para já, o que está a ser feito é “apenas” em benefício da humanidade.

in: https://observador.pt/2018/10/08/nobel-da-economia-de-2018-vai-para-william-nordhaus-e-paul-romer/


PRÉMIO NOBEL

Nobel da Economia de 2018 vai para os norte-americanos William Nordhaus e Paul Romer

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William ("Bill") Nordhaus foi premiado pela pesquisa sobre o tema do impacto económico das alterações climáticas. Já Paul Romer concentrou-se no estudo de como a tecnologia influencia o crescimento.
O prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel, mais conhecido por “Nobel da Economia”, foi atribuído nesta segunda-feira aos norte-americanos William Nordhaus e Paul Romer, anunciou a Real Academia Sueca das Ciências.
William (“Bill”) Nordhaus é um dos académicos mais respeitados na área da economia ligada ao meio-ambiente e, em particular, às alterações climáticas. Já era visto, nos últimos dias, como um dos mais prováveis vencedores, pelos modelos que criou e que calculam a interação entre a economia, o uso de energia e as alterações climáticas.
Em 1993, Nordhaus avisava que “a Humanidade está a arriscar a sua sorte na relação com o ambiente natural, através de uma multiplicidade de intervenções — injetando na atmosfera gases vestigiais como os gases com efeito-estufa ou químicos que libertam ozono, promovendo enormes alterações sobre o uso da territórios como a desflorestação, eliminando várias espécies [animais] nos seus habitats naturais ao mesmo tempo que criam espécies transgénicas em laboratório, e acumulando armas nucleares suficientes para destruir as civilizações humanas”.
Já Paul Romer, que foi economista-chefe do Banco Mundial, é sobretudo conhecido por ter formulado a teoria do crescimento endógeno, decisiva para “integrar a inovação tecnológica na análise macroeconómica de longo prazo”, afirma a Real Academia Sueca das Ciências. Em chamada telefónica audível na cerimónia de entrega dos prémios, Paul Romer também respondeu a questões ligadas às alterações climáticas e salientou que “o problema que temos hoje é que as pessoas pensam que proteger o ambiente vai ser tão difícil e tão oneroso que preferem ignorar o problema e fingir que não existe”.
Romer garantiu, na mesma conversa, que não estava à espera de receber o prémio — de tal forma que ignorou duas chamadas telefónicas ao início da manhã, que eram da academia mas que Romer achou que deviam ser “chamadas de spam“. O académico demitiu-se do Banco Mundial, no início deste ano, depois de ter dado uma entrevista ao The Wall Street Journal onde deu a entender que as inclinações políticas dos técnicos do banco estavam a ter uma influência indesejável na preparação dos rankings mundias sobre os países onde é mais fácil ter negócios.
O prémio, que foi entregue pela primeira vez há exatamente 50 anos pelo banco central sueco (que financia o prémio), não é formalmente um Prémio Nobel — como são os prémios para a ciência, a paz e a literatura (que este ano não vai ser entregue). Mas é a distinção mais prestigiante que um economista pode receber — e, além do prestígio, o vencedor ganha um diploma, uma medalha de ouro e um cheque no valor de nove milhões de coroas suecas (cerca de 850 mil euros, a dividir pelos premiados nos casos em que o prémio é partilhado).
No ano passado, o premiado foi Richard Thaler, cujos estudos ajudam a perceber como o comportamento humano muitas vezes se desvia dos modelos teóricos.