terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Jornal da Escola e a colaboração da Biblioteca!

“O Eterno Feminino na Literatura”


Será presunção minha falar deste tema?
As traves-mestras da nossa herança cultural e literária remontam aos grandes clássicos da literatura, presença irrefutável na contingência da nossa condição humana. Distantes pelo tempo e pelo contexto cultural contemporâneo, toda a nossa essência, quer em termos de atitude, quer em termos de modelo são reminiscências destes génios admiráveis.
Na viagem de descoberta destas grandes obras, todos os temas são objecto de análise, mas aquilo a que Goethe chama “o eterno feminino” seduz-me perante misoginias exacerbadas e contundentes nesta época, aparentemente, mais igualitária.
Desde a Ilíada de Homero, onde o rapto de Helena dá origem à guerra de Tróia, passando pelas tragédias gregas, o feminino aparece em todo o seu esplendor criativo e destruidor. Em Ovídio, quase contemporâneo de Vergílio, o amor é uma força pungente no poder atractivo que o mesmo constitui na sua perenidade.
Na Divina Comédia de Dante é a força de Beatriz pelo poeta que o conduz à visão beatífica, sublimando, desta forma, a força e o poder do eterno feminino.
Racine, Milton, Pascal, pelo contrário, apresentam uma visão mais dicotómica da feminilidade - sedutora e destrutiva -, tema tão presente no Hamlet de Shakespeare.
Para Goethe, a fonte da vida, da criatividade é uma síntese de todas estas mulheres presentes nas grandes obras literárias precedentes.
A compreensão daquilo que somos perpassa pela leitura destas obras de referência, além do prazer, elas permitem-nos uma percepção menos fragmentária daquilo que somos enquanto seres humanos.
Porquê estas obras em detrimento de outras? Essa é a tua viagem de auto-descoberta…

A Coordenadora da Biblioteca
Inês Aguiar

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