terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Poeta Mauro Maia, Professor da ESLA

RARO OLHAR




Hoje acordei assim meio febril:

o rosto contraído, olhos cerrados

coração a galopar a mil,

joelhos trémulos, os pés cansados.



Olhei pela janela, vidro frio.

Olhei o exterior, rua deserta.

Olhei dentro de mim, corpo vazio.

Olhei para os meus olhos, chuva certa.



O que me fazia falta era bem claro,

não é preciso demasiada reflexão.

O que fazia falta é pouco mas caro.



Caro não de bolsa mas de coração:

abraçar pela manhã este agora raro

em que me queres e me dás a mão.



14/10/2009

Mauro Maia



EM CADA DIA



Lá fora, o Sol tem menos cor,

a brisa é mais forte e mais fria,

cada noite é maior do que o dia,

as horas arrepiam-se em vão torpor.



Cá dentro, é o Natal que se anuncia,

é a lareira que brilha em rubro calor,

cada prenda com o nome para quem for

e o Outono despede-se pedindo alegria.



Todos os anos, em data que não se adia,

tudo tem, a castanhas e família, o sabor,

e o vermelho a canções e decorações se alia.



Eu sei, ainda não é agora, mas façam o favor

de viver, não só essa semana mas na maioria,

com um coração pulsante feito de Natal e de Amor!



8/11/2009

Mauro Maia


Grandiosos são aqueles que sabem escrever e nos permitem a partilha e a viagem por outros mundos. Por isso, obrigada Mauro!

3 comentários:

salome disse...

Muito bonito. Parabens Mauro.

Mauro disse...

Obrigado, Salomé. Fico contente que tenhas gostado. Ainda que não sejam escritos com o propósito de serem elogiados, certamente que elogios lhes reforçam a Natureza. Quem diria que da Matemática poderiam nascer palavras tão soltas ao vento? ;)

salome disse...

Nunca duvidei disso. Das Letras saírem altos cálculos é capaz de
ser mais difícil... Força. Continua
a brindar-nos com a tua poesia.