RARO OLHAR
Hoje acordei assim meio febril:
o rosto contraído, olhos cerrados
coração a galopar a mil,
joelhos trémulos, os pés cansados.
Olhei pela janela, vidro frio.
Olhei o exterior, rua deserta.
Olhei dentro de mim, corpo vazio.
Olhei para os meus olhos, chuva certa.
O que me fazia falta era bem claro,
não é preciso demasiada reflexão.
O que fazia falta é pouco mas caro.
Caro não de bolsa mas de coração:
abraçar pela manhã este agora raro
em que me queres e me dás a mão.
14/10/2009
Mauro Maia
EM CADA DIA
Lá fora, o Sol tem menos cor,
a brisa é mais forte e mais fria,
cada noite é maior do que o dia,
as horas arrepiam-se em vão torpor.
Cá dentro, é o Natal que se anuncia,
é a lareira que brilha em rubro calor,
cada prenda com o nome para quem for
e o Outono despede-se pedindo alegria.
Todos os anos, em data que não se adia,
tudo tem, a castanhas e família, o sabor,
e o vermelho a canções e decorações se alia.
Eu sei, ainda não é agora, mas façam o favor
de viver, não só essa semana mas na maioria,
com um coração pulsante feito de Natal e de Amor!
8/11/2009
Mauro Maia
Grandiosos são aqueles que sabem escrever e nos permitem a partilha e a viagem por outros mundos. Por isso, obrigada Mauro!