quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sugestões da BE para o mês de fevereiro

Jorge Amado - Itabuna (Brasil), 1912-2001
Escritor brasileiro. Reparte a sua infância entre uma plantação de cacau e Ilhéus, cidade do litoral baiano. Estuda na Baía, antigo nome da actual cidade de Salvador, a partir dos 10 anos, e vai para o Rio de Janeiro mais tarde, onde se dedica ao jornalismo. Licencia-se em Direito em 1935, quando já tem publicados alguns romances (O País do Carnaval, 1931, Cacau,1933 e Suor, 1934), que constituem o «ciclo do cacau». Jorge Amado mostra-se um escritor comprometido, profundo conhecedor do Nordeste brasileiro e das figuras marcantes da sua vida social. Preso em 1939, com os livros proibidos desde 37, em 1942 está exilado no Uruguai. Em 1951 recebe o Prémio Estaline. De regresso ao Brasil, exerce as funções de vice-presidente da União Brasileira de Escritores. Em 1958 volta ao tema Ilhéus, mas desta vez foca o seu desenvolvimento urbano graças ao cacau com Gabriela, Cravo e Canela, em cuja leitura não sabemos que mais valorizar, se os amores entre o comerciante sírio e a sua cozinheira, se os imprevistos comportamentos humanos ou a crise de costumes que tanto pode afectar a vida conjugal como a vida política. É uma escrita mais depurada, em que o escritor não abandona o seu compromisso com o «romance popular e social, com uma problemática ligada ao país, aos seus problemas, à causa do povo», compromisso que se mantém, embora recheado de um picaresco muito próprio de que é precursor no Brasil, em romances como Os Velhos Marinheiros, Os Pastores da Noite, Dona Flor e Seus Dois Maridos, Tenda dos Milagres, Tieta do Agreste, etc. Navegação de Cabotagem (1995) é o seu último livro. Traduzido em mais de 50 países. Em 1994 recebe o Prémio Camões e, aquando do seu 85.º aniversário, um novo teatro no bairro de Pituba na cidade de Salvador recebe o seu nome.


“Avô, mesmo que a gente morra, é melhor morrer de repetição na mão, brigando com o coronel, que morrer em cima da terra, debaixo de relho, sem reagir. Mesmo que seja pra morrer nós deve dividir essas terras, tomar elas para gente. Mesmo que seja um dia só que a gente tenha elas, paga a pena de morrer".

(Os Subterrâneos da Liberdade - Agonia da Noite)

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