terça-feira, 14 de junho de 2011

O Grande Poeta Mauro Maia

NO SILÊNCIO


De súbito, a floresta ficou silenciosa:

as aves desapareceram sem cantar,

as nuvens agitadas pararam em pleno ar

a corrente no rio ficou mais harmoniosa.



O Sol não sabia se havia de se pôr ou nascer,

as folhas deixaram de se agitar nos ramos,

tudo parou, Reis, Rainhas, Criados e Amos,

todos em silêncio, aguardando o que ia acontecer.



O vento estava azul por suster a respiração,

as ovelhas, aflitas, nem sequer cochichavam,

e o pó nem se atrevia a levantar-se e sair do chão.



Todas as pedras, folhas, animais, flores aguardavam

faces ora rubras ora brancas a segurar o coração

Ao longe, apenas os teus passos se escutavam...



01/04/2010

Mauro Maia


VOU CONTAR-TE


Deitado ontem pensei em ti,

no incontável que és em mim.

Tu em mim és meio eu sem fim,

tu em mim és infinito mas aqui.



Tu em mim és açúcar, pimenta e sal,

tu em mim és o arco-íris mais belo,

tu em mim és chocolate e caramelo,

tu em mim és melódico recital.



Tu em mim és nota fina de violino,

tu em mim és Cânone de Pachelbel,

tu em mim és o meu riso de menino.



Tu em mim és o meu coração de mel,

tu em mim és ponderado desatino.

Para te contar, não há suficiente papel!



30/04/2010

Mauro Maia



À LUZ DO LUAR



Mil palavras ou um olhar,

eis a dúvida que me persiste.

Eu quase mudo, como viste,

perante ti, coração a galopar.



O que os meus olhos te falaram

enquanto a minha boca secava,

o meu olhar ao teu se agarrava,

em mim mente e emoção chocaram?



Tenho tudo a ganhar, nada a perder,

é a abelha que voa à rosa para namorar,

é o Sol que o passarinho vem aquecer,



é o gato sobe ao telhado à Lua para miar.

E se eu escorregar? Eu caio e vai-me doer.

Mas vai-me doer mais se perder por não falar.



23/06/2010

Mauro Maia



NOITE RELENTO



A noite deitou-se agitada,

afundada em pensamentos,

rogando pragas aos ventos,

enfrentando chuva e trovoada.



Na sua mão direita o trovão,

na esquerda pingava a chuva,

tinha em malha de ferro a luva

e o escudo era o seu coração.



De súbito, um relâmpago brilhou

e as nuvens abriram-se a par.

O céu escuro sorriu e clareou,



a chuva começou a evaporar.

Olhei para ver porque mudou:

Ah! Tu chegaste para me abraçar.



05/08/2010

Mauro Maia

"Temos tudo a ganhar e nada a perder" ... obrigada, Mauro!

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