sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

AI SE A TROIKA SABE QUE A PROFª INÊS USA PALAVRAS TÃO CARAS…

AI SE A TROIKA SABE QUE A PROFª INÊS USA PALAVRAS TÃO CARAS…



Dizia um velho professor de linguística: “Só não consegue escrever as coisas de forma simples quem não sabe daquilo que fala, nem o compreende” e acrescentava que um jornalista nunca seria bem sucedido se não dirigisse a sua escrita ao comum dos leitores. Ninguém poderia estar mais de acordo com ele, no entanto, tal não se pode aplicar à escrita da profª Inês como passarei a demonstrar.

De facto, os textos daquela docente apresentam alguns obstáculos à sua compreensão, pois uma grande parte dos vocábulos empregues é demasiado eloquente. Se uns veem aí desvantagens, acusando-a de levar os lentes a desistirem da leitura, outros há que encontram nisso algumas vantagens como pôr-nos a folhear (não desfolhar) os dicionários e a despertar as nossas mentes para o debate. Os escritos da nossa “Inês Pedrosa” (ou Poderosa?) não são exibicionismos, visto que ela consegue adaptar a sua escrita a diferentes circunstâncias. Vejam-se, por exemplo, as múltiplas atividades enumeradas e comentadas no blogue da nossa biblioteca escolar. Podemos considerar esses textos como despertadores de mentes (não dementes) e manifestação da enorme riqueza da língua de Camões. A sua pena (de escrever, não de sentimento) vai traçando um labirinto que pressupõe um leitor aplicado e lutador.

Ai se a Troika sabe que a profª Inês usa palavras caras! Teremos o problema do défice resolvido dentro em breve; com a riqueza linguística do seu último texto resolver-se-ão as nossas dívidas: “egéria fidúcia” baixará em 5% os juros pagos aos credores; “facécias e motejo” aumentarão as nossas exportações; “pudicícias eufuísticas” levantarão as nossas cotações em bolsa; “íncubos melífluos” subirão os rankings da nossa dívida; “inanes delíquios de pitonisa” darão eventualmente para comprarmos mais três submarinos à Alemanha; e os “beócios” e as “simonias” propiciarão a construção de mais duas autoestradas, uma linha de alta velocidade, ou um novo aeroporto.

Resta-me concluir que as vantagens da escrita inesiana se sobrepõem às desvantagens, visto que tiram o pó aos nossos dicionários, enriquecem as nossas mentes, põem-me a mim a escrever estas palermices e outros, talvez, a lê-las, e ainda salvarão, não só Portugal da crise, em particular, mas também preservarão o Euro e a Europa unida, em geral. De facto, as suas palavras são caras (de valor monetário e de valor afetivo).


Professor Luís Reis

Obrigada Luís, a escrita inesiana é uma lufada de ar fresco...


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