TANTO FALAMOS QUE AS NOSSAS CRIANÇAS PASSAM DEMASIADO TEMPO EM FRENTE A UMA TELEVISÃO OU COMPUTADOR...
Será culpa de quem??????
Algumas
crianças usam o iPad para brincar Michael Kooren / Reuters
PESO &
MEDIDA
Querido ecrã, precisamos de dar um tempo
·
12.02.2014 Por Hugo Pereira, fisiologista do exercício
Quanto menor e mais tardia for a
exposição de crianças aos estímulos de computadores, tablets e smartphones, maiores
os ganhos de saúde.
Um pouco por todo o mundo tem-se assistido a um enorme aumento do tempo que
as crianças passam em frente a um ecrã – computador, televisão, consolas ou smartphones e tablets. Este é,
para eles, o seu passatempo favorito. Contudo, é possível que este novo padrão
esteja relacionado com o aumento do peso, pela sua relação com outros
comportamentos menos saudáveis, como a alimentação desregulada, padrão
irregular de sono e a diminuição da actividade física.
De acordo com uma revisão de estudos,
existe uma relação directa entre o “tempo de ecrã” e o risco de desenvolver
diabetes de tipo 2, doença cardiovascular e com o risco de morte por qualquer
causa em adultos. A associação entre o “tempo de ecrã” e os factores de risco
aponta para valores superiores a duas horas por dia como sendo problemáticos.
Nas crianças, o “tempo de ecrã” parece estar associado à gordura abdominal, ao
índice de massa corporal e a outros factores de risco, independentemente da
actividade física, apresentando relação directa com problemas de atenção.
Segundo esta fonte, as entidades europeias devem considerar o “tempo de ecrã”
como um comportamento separado do restante tempo sedentário.
Quanto menos e mais tarde a criança for exposta a estes estímulos, maiores
os ganhos de saúde. Há alguma evidência de que o “tempo de ecrã” possa ser
reduzido através de medidas simples e sistemáticas de ruptura com os padrões
estabelecidos e, sobretudo, através da consciência parental.
De acordo com uma alargada revisão da literatura publicada
já este ano, é relativamente difícil alterar uma actividade habitual pela
imposição. Porém, é possível reduzir o “tempo de ecrã” se forem utilizadas
estratégias que possibilitem o envolvimento da família como modelo de actuação
que atrai a criança para longe do ecrã ou simplesmente lhe proporciona a
oportunidade de escolher conscientemente como quer gastar o seu tempo livre.
Nesta linha, o Departamento de Saúde Norte-Americano estabeleceu a redução
da exposição aos ecrãs como uma das prioridades do seu plano de saúde a dez anos.
Advogam que crianças até aos dois anos de idade não devem ter contacto com
ecrãs e que os adolescentes permaneçam até ao máximo de duas horas por dia
neste tipo de actividade.
Pensando numa alternativa positiva, podemos considerar os jogos de vídeo activos como
opção à actividade puramente sedentária, já que representam ligeiros aumentos
da actividade física. Porém, a estratégia global pode e deve estender-se a
outras actividades sem ecrã e que idealmente envolvam toda a família. Talvez as
brincadeiras de trepar às árvores e corridas de apanhada de outros tempos
possam ser recuperadas ou, simplesmente, tenha chegado a altura dos pais
aprenderem a andar de skate com os seus filhos.
Fisiologista do exercício e Personal Trainer
Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa
Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa
In: http://lifestyle.publico.pt/pesomedida/330713_querido-ecra-precisamos-de-dar-um-tempo
Sem comentários:
Enviar um comentário