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Envio de mensagens de texto afeta resultados escolares
Joana de Sousa Costa 22 horas atrás
Um estudo publicado no jornal “Psicologia da Cultura
Popular dos Media” da Associação Americana de Psicologia afirma que os
resultados escolares das adolescentes do sexo feminino são mais facilmente
afetados pelo ato compulsivo de enviar mensagens de texto do que os dos
adolescentes do sexo masculino.
© Joana de Sousa Costa
«Parece que é a natureza compulsiva por detrás do ato
de enviar mensagens, e não a sua frequência, que é problemática», explica a
líder da investigação Kelly M. Lister-Landman, da Universidade de Delaware.
«Enviar mensagens compulsivamente é mais complexo do que enviar muitas
mensagens. Envolve tentar deixar de enviar mensagens e falhar esta tentativa,
tornar-se defensivo quando desafiado acerca do seu comportamento e sentir-se
frustrado quando não se atinge o objetivo.»
As mensagens de texto são atualmente o método de
comunicação preferido dos adolescentes. Nos Estados Unidos, em média um
adolescente envia e recebe 167 mensagens por dia, de acordo com dados de um
estudo desenvolvido por Lenhart em 2012. O mesmo estudo mostrou que 63 por
cento dos adolescentes envia mensagens diariamente, enquanto apenas 39 por
cento faz chamadas de voz.
Para este estudo, que os investigadores dizem ser o
primeiro a relacionar o envio compulsivo de mensagens com os maus resultados
escolares, a equipa entrevistou 403 alunos (211 raparigas e 192 rapazes) entre
o oitavo e o décimo primeiro ano de estudos numa escola duma zona semi rural
nos Estados Unidos.
A equipa desenvolveu uma Escala de Envio de Mensagens
Compulsivas para examinar se esta atividade interferia com a capacidade dos
estudantes completarem outras tarefas; para medir o nível de preocupação dos
adolescentes enquanto estes enviavam mensagens e se eles tentavam esconder este
comportamento, entre outros fatores. Os estudantes também completaram um
questionário sobre os seus resultados académicos e sobre a sua experiência
escolar. Apenas as raparigas mostraram uma associação negativa entre enviar mensagens
de texto e a vida escolar incluindo notas, amigos na escola e sentir-se
realizado nos estudos.
«As raparigas não enviam mais mensagens do que os
rapazes, explica a especialista, mas parecem fazê-lo por razões diferentes: «De
acordo com informação que temos disponível sobre a utilização da internet,
sabemos que os rapazes a usam para procurar informação, enquanto as raparigas
preferem a interações social online». Ainda, «as raparigas nesta idade estão
mais sujeitas a ter pensamentos obsessivos e preocupados. Como tal, é provável
que a natureza das mensagens enviadas por raparigas cause mais distração da
vida académica.»
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