segunda-feira, 8 de maio de 2017

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Pais: Flexibilização curricular deve pensar nos alunos e não em empregos
O presidente reeleito da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Jorge Ascensão, disse hoje esperar que a flexibilização escolar se traduza num "investimento forte" nos alunos e não numa medida para "colmatar faltas de emprego".
© Reuters
PAÍS CONFAP
21:50 - 06/05/17POR LUSA
Em declarações à Lusa em Cabeceiras de Basto, à margem da Assembleia Geral da CONFAP, em que foi reeleito presidente, Jorge Ascensão sublinhou que a confederação vai estar atenta à forma de implementação da medida.
"Esperamos que as escolas façam desta flexibilização uma aposta e um investimento sério nas aprendizagens e no desenvolvimento das crianças. E vamos estar atentos para que isto não seja mais horas disto ou mais horas daquilo para poder colmatar faltas de emprego, necessidades de emprego ou outra coisa qualquer", afirmou.
O responsável lembrou que a flexibilização escolar é uma medida que a CONFAP "há muito vem falando", mas que é preciso que seja "bem implementada".
O Ministério da Educação tem vindo a afirmar que aquela flexibilização permitirá dar uma autonomia em 25% do currículo às escolas, o cruzamento de disciplinas e mais trabalho experimental.
Na terça-feira, na Comissão Parlamentar, o ministro Tiago Brandão Rodrigues garantiu que qualquer mudança que se faça na Educação, incluindo os currículos, será feita "de forma gradual", recusando estar a revogar qualquer estrutura curricular ou a proceder a qualquer alteração abrupta.
"Vamos estar atentos. Interessa atender, em primeiro lugar, aos interesses das crianças e jovens e isso, obviamente, acarretará depois toda uma necessidade de meios e de recursos que terão de ser depois salvaguardados por quem de direito", reagiu hoje o presidente da CONFAP.
Jorge Ascensão defendeu também a questão da avaliação, que obriga as escolas a trabalhar "muito centradas numa classificação, devido ao acesso ao ensino superior".
"Estamos a desvirtuar a essência do ensino e da educação na construção da pessoa, do jovem, do seu espírito de iniciativa. Há jovens que podem não ter talento para determinadas matérias mas têm para outras. Todos nós temos um qualquer talento que precisa de ser orientado no seu desenvolvimento", disse ainda.


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