segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

in: https://www.publico.pt/2018/02/25/sociedade/noticia/o-seu-filho-esta-distraido-nas-aulas-entao-talvez-seja-indisciplinado-1804312#&gid=1&pid=2

O seu filho está distraído nas aulas? Então talvez seja indisciplinado
Inquérito a professores mostra que a maioria considera que a responsabilidade da indisciplina na escola é dos pais. Mais de 60% recorrem à expulsão da sala. Investigador diz que tem que se lidar com o problema “no local que ocorre e não em casa”.
25 de Fevereiro de 2018, 8:29

    


A maioria dos professores inquiridos refere que nas suas aulas há pouca indisciplina NUNO FERREIRA SANTOS
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Estar distraído na sala de aula é um comportamento de indisciplina? Um inquérito a que responderam 2348 professores mostra que mais de 80% consideram que sim e que esta é aliás a situação de indisciplina que apontam como mais frequente na sala de aula.
Este inquérito, a que o PÚBLICO teve acesso, foi feito online pelo autor do blogue sobre educação ComRegras, o professor de Educação Física Alexandre Henriques, e os seus resultados podem também ser consultados a partir deste domingo naquela plataforma.


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Sobre as situações de indisciplina que mais ocorrem nas salas de aula, os docentes foram confrontados com 20 hipóteses, que oscilam entre os alunos estarem distraídos (86,6%) e a agressão física aos professores (0,6%). No pódio, a seguir à distracção aparece a “interrupção das aulas com comentários despropositados”, “brincarem/fazerem palhaçadas”, “agredirem verbalmente colegas”, “entrarem e saírem das salas aos gritos e empurrões” ou “utilizarem sem autorização aparelhos tecnológicos”.
Apesar desta pormenorização, o presidente da Associação Nacional de Directores de Escolas e Agrupamentos Públicos (ANDAEP), Filinto Lima, ressalva que como “distracção se deve entender a perturbação frequente das aulas por parte de alunos que, por exemplo, também distraem os outros com palermices”.
Já Jorge Ascenção, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), considera que o facto de os professores considerarem que distracção é indisciplina ilude aquela que deveria ser a “questão principal”. “Se estão distraídos por que é que isso acontece e o que se pode fazer para que não seja assim?” — questiona, lembrando a propósito estudos internacionais que dão conta desta característica dos alunos portugueses: gostam da escola, mas não das aulas.


Amentar
O professor da Universidade do Minho João Lopes, que tem vários trabalhos sobre indisciplina na escola com base em entrevistas a docentes, dá conta que também tem verificado que “a ‘distracção’ é, de longe, o comportamento perturbador mais referenciado pelos professores”.
A este respeito lembra que, sendo a distracção um comportamento bastante normal entre os humanos, esta tende a ser maior nas salas de aula entre “os alunos com poucas competências para acompanharem a matéria que está a ser dada”.
A pequena indisciplina
Apesar das queixas sobre o mau comportamento dos alunos serem recorrentes, a maioria dos inquiridos (64%) considera que nas suas aulas há “pouca indisciplina” e 67,3% dizem o mesmo quando se pergunta sobre a sua escola em geral e não só na sala. Esta é uma percepção que vai ao encontro das queixas que os directores reportam ao Ministério da Educação e que baixaram drasticamente nos últimos anos: o número total de ocorrências participadas baixou de 1321, em 2013/2014, para 422, em 2016/2017.


Aumentar
Alexandre Henriques não deixa, contudo, de se manifestar surpreendido pelo facto de “dois terços dos inquiridos terem referido que há pouca indisciplina”, até porque, lembra, os dois inquéritos anteriores que realizou a directores, em 2016 e 2017, davam conta da existência de um número muito elevado, todos anos, de ocorrências nas escolas. “Hipoteticamente falando, podemos estar perante a banalização da pequena indisciplina. O que no passado era inaceitável, hoje em dia pode ser rotina”, afirma. Mas também há outra possibilidade, admite: “Podemos estar perante uma melhoria dos índices de indisciplina em Portugal.”
E o que fazem os professores perante as situações de indisciplina nas suas aulas? Das 12 hipóteses apresentadas, uma é usada por todos, “advertir com calma”, embora a frequência com que o fazem varie (ver infografia). Quase 93% dos professores referem que alteram a sua metodologia de ensino, 83,8% mandam recados para casa e cerca de 63% optam pela ordem de saída da sala de aula. Sobre esta última opção, Filinto Lima garante que “só é usada quando anteriormente foram utilizadas outras estratégias, que não resultaram”. E refere ainda que com estes alunos mais indisciplinados o problema, “geralmente, vai muito para além da escola”, o que leva a outra percepção generalizada entre os professores. Quando questionados sobre os factores que poderiam diminuir a indisciplina, o mais votado (86,2%) foi este: “maior responsabilização/penalização dos pais”.
“Este descartar de responsabilidades deixa-me triste”, comenta Jorge Ascenção. O presidente da Confap admite que há culpas que podem ser atribuídas a algumas famílias, mas frisa que neste alijar de responsabilidades, tanto por parte das escolas, onde os alunos passam a maior parte dos seus dias, como também de pais, “as vítimas continuarão a ser os jovens”.
“Os encarregados de educação não podem desligar o telefone a um professor, faltar às reuniões, mentir nas justificações de faltas e tudo isso acontece. Justifica-se por isso uma certa revolta e frustração por parte dos professores”, comenta Alexandre Henriques.
Filinto Lima defende que as “responsabilidades devem ser repartidas”. “Os pais não devem desvalorizar a escola e as escolas têm de encontrar estratégias para cativar estes alunos a quem a escola muitas vezes nada diz”, refere.
João Lopes deixa uma advertência: “Esta atribuição da indisciplina nunca alterará a situação, já que esta questão tem que ser lidada no local onde ocorre (sala de aula) e não em casa”. Por outro lado, refere, quando 72% dos inquiridos apontam  a “formação parental” como outro dos principais factores que poderão diminuir a indisciplina, fica evidenciado “o quanto os participantes atribuem esta a factores externos à sala de aula”. “Como, na verdade, jamais conseguirão formar pais, a estratégia está condenada ao fracasso”, avisa.


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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

in:http://tag.jn.pt/violencia-nao-forma-amar/

A violência não é uma forma de amar
Amar é cuidar. Amar é tratar bem. É elogiar, é acompanhar, é ser carinhoso. É estar ao lado nos bons e maus momentos. É ser feliz. Por isso, a violência não é uma maneira de expressar o amor que se sente por alguém e os ciúmes não são desculpa para atos violentos. Namorar é bonito e não deve ser estragado por comportamentos que não combinam com uma relação de amor. Na próxima quarta-feira, é Dia dos Namorados.
Gritar, chamar nomes pouco simpáticos, apontar defeitos e falhas dia após dia, controlar a roupa que se veste ou os amigos que se tem, aceder às redes sociais sem permissão, são atos violentos que não combinam com o amor.

Saber dizer não
A violência no namoro, como toda a violência, tem por base o controlo, o poder, o domínio, como explica Daniel Cotrim, psicólogo para as áreas de violência doméstica, de género e igualdade e assessor técnico da direção da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). “Quem não nos respeita, quem não nos trata bem, não gosta de nós e não nos merece”, afirma.
A privacidade é um bem precioso e, por exemplo, não deves dar acesso às tuas contas nas redes sociais. “É fundamental aprender a dizer não quando não nos sentimos bem, quando estamos a ser privados de liberdade”, diz Daniel Cotrim. “Não deixar que alguém controle alguém”, acrescenta.
Perceber que se é vítima de violência no namoro não é fácil. Mesmo que custe compreender que alguém que amamos seja capaz de fazer mal e magoar, é muito importante contar o que se sente. Partilhar sentimentos, pedir ajuda ao pai, à mãe, a um professor, a um adulto em quem se confie. Confiar é uma forma de proteção.
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Violência social

O teu namorado (ou tua namorada) costuma humilhar-te, envergonhar-te ou dizer mal de ti quando há mais gente à volta, especialmente quando estão presentes os teus amigos e familiares? Já não podes conviver com a tua família ou com os teus amigos como gostarias? O teu telemóvel é confiscado e controlado? O teu email e o teu Facebook são consultados sem a tua autorização? Fotos e mensagens são partilhadas sem a tua autorização? Tudo isto é violência social. Não é amor. 
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Violência psicológica

Não podes vestir determinada peça de roupa, não podes estar à vontade com os teus amigos. Controlar a tua maneira de vestir, o que fazes nos tempos livres ou ao longo dia, ameaçar constantemente que se vai terminar a relação, são manifestações de violência psicológica. 
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Violência física

Quando quem amas te empurra, te agarra, te prende, te bate. É violência sobre o teu corpo e que deixa
 marcas emocionais. Se sentires que estás em perigo, procura alguém de confiança ou um local seguro. 
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Violência sexual

O amor manifesta-se de diferentes maneiras, mas, em momento algum, podes ser obrigado a fazer algo que não queres ou não te sentes à vontade. Forçar carícias ou atos sexuais sem que queiras é uma violência em qualquer circunstância, em qualquer parte do Mundo. O teu telemóvel deve ter contactos importantes a que possas ligar quando precisas de ajuda.

  Sabias que…
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) tem um número disponível (116 006) que presta ajuda. O apoio é gratuito e confidencial, não é preciso dizer o nome.
Um estudo realizado pela UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta – mostra que a violência no namoro está presente nos relacionamentos íntimos com 19% de atitudes de violência psicológica, 15% de perseguição, 11% de atos de violência nas redes sociais, 10% de atitudes de controlo, 6% de violência física e sexual.
Nesse estudo da UMAR, há muitos jovens, rapazes e raparigas, que consideram normais vários atos de violência no namoro. Ou seja, há ainda quem não tenha a noção de que magoar, humilhar, intimidar, fazer sofrer, não são atos violentos, que tudo isso não é amor.
Sara Dias Oliveira


in:http://vodafonefuture.jn.pt/reinventar-educacao-para-enfrentar-o-futuro/

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TONY WAGNER
Diretor do Laboratório de Inovação da Universidade de Harvard

Como todos os revolucionários, Tony Wagner eliminou a palavra "medo" do seu vocabulário. E incentiva professores, educadores e instituições a fazer o mesmo. Devemos reinventar a educação e dar um sentido moral a tudo o que fazemos.
Tony Wagner é um revolucionário. Mas para isso não precisa de levantar a voz, fazer comícios ou recitar slogans. Ele prefere a análise rigorosa e a honestidade intelectual. Não é em vão que é um dos maiores especialistas do mundo em educação. Diretor do Laboratório de Inovação da Universidade de Harvard, Wagner é assessor de inúmeras instituições educacionais e agências públicas. E quando fala sobre educação, sabe do que está a falar, pois trabalhou como professor do ensino secundário e catedrático. Ou seja, não é um teórico, mas alguém que esteve na sala de aula.
A revolução apresentada por este professor reside na necessidade de mudar o modelo educacional atual para que os jovens possam enfrentar com garantias o futuro que os aguarda. Wagner argumenta que devemos repensar o papel da escola, já que o conhecimento está em todo o lado e acessível a todos, pelo que deixou de ser essencial ter uma pessoa para o transmitir. Assim, bons professores devem mudar o papel que desempenharam até agora para se tornarem a força motriz por trás do talento dos seus alunos. A curiosidade e a criação artística, diz ele, estão inscritas no DNA do ser humano, por isso devemos perguntar-nos o que fazemos de errado com as crianças para que percam essas inquietudes quando se tornam adultos.

Como todo o verdadeiro revolucionário, Tony Wagner baniu a palavra "medo" do seu vocabulário. E incentiva professores, educadores e instituições a fazer o mesmo. Devemos reinventar a educação e dar um sentido moral a tudo o que fazemos.
SUGESTÕES DE LEITURA


COMEMORAÇÃO DO ANO NOVO CHINÊS

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