“A Viagem”, por Cristina Dias
Quando eu esperava a vida bateu à minha porta e deslumbrou-me. Era o início da viagem pela certeza de ser alguém, sem problemas, nem obstáculos a ultrapassar. Vigorava a esperança e a não melancolia.
Eis-me entre a gente, deambulando no caminho traçado, persistente e único. Tinha a certeza do destino a alcançar, apenas desconhecia qual o meio de transporte mais adequado. Pensei propor-me a mim própria um desafio: conseguir tornar a existência humana totalmente dedicada à amizade e amor profundos.
Uma vez definido o propósito da viagem a encetar, era de suma importância ampliar os meus desejos mais arreigados, na minha própria pele, de mulher e artista sensível ao mundo a florir. Decidi ser a primeira aventureira no universo em estilhaços que me rodeava. Era-me de todo desprezível o ódio, o rancor e a tristeza a tudo, preferia ser imensamente feliz. Nada me iria demover no concerto audível da Primavera a despontar e do uníssono formado pelos elementos naturais que cresciam em magnífica libertação.
Certa da mudança que deveria ocorrer nos corações humanos, viajei pelo mundo inteiro e consegui despertar todas as mentes para a necessidade de manobrar o sentido das palavras a fim de que estas soltassem o seu verdadeiro sabor.
Todos iriam saborear as palavras no imaginário das suas viagens íntimas.
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