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Os alunos com multideficiência
Os alunos com multideficiência apresentam combinações de acentuadas
limitações, as quais põem em grave risco o seu desenvolvimento levando-os a
experienciar graves dificuldades no processo de aprendizagem e na participação
nos diversos contextos em que estão inseridos: educativo, familiar e
comunitário. Estas limitações e o seu nível de funcionalidade resultam da
interação entre as suas condições de saúde e os fatores ambientais. Segundo
Orelove, Sobsey e Silberman (2004) e Saramago etal., (2004:213), as crianças
com multideficiência:
“...apresentam
acentuadas limitações no domínio cognitivo, associadas a limitações no domínio
motor e/ou no domínio sensorial (visão ou audição), e que podem ainda
necessitar de cuidados de saúde específicos. Estas limitações impedem a interação
natural com o ambiente, colocando em grave risco o acesso ao desenvolvimento e
à aprendizagem”.
No âmbito desta descrição e a
observação conclui-se que os alunos com multideficiência podem apresentar
características muito diversas, as quais são determinadas, essencialmente, pela
combinação e gravidade das limitações que apresentam, pela idade em que surgem
e pelas experiências vivenciadas.
Constituem, portanto, um grupo muito heterogéneo e consequentemente,
são alunos com necessidades de aprendizagem únicas e excecionais que
evidenciam um quadro complexo e precisam de apoio permanente na
realização da maioria das atividades quotidianas, como seja a alimentação, a
higiene, a mobilidade, o vestir e o despir.
Embora constituam uma população heterogénea é comum manifestarem
acentuadas limitações ao nível de algumas funções mentais, bem como acentuadas
dificuldades ao nível da comunicação e da linguagem (de referir dificuldades na
compreensão e na produção de mensagens orais, na interação verbal com os
parceiros, na conversação e no acesso à informação) e ao nível das funções
motoras, nomeadamente na mobilidade (por exemplo: no andar e na deslocação, na mudança
de posições do corpo, na movimentação de objetos e na motricidade fina). Podem
apresentar também, limitações nas funções visuais ou auditivas, sendo frequente
coexistirem graves problemas de saúde física, nomeadamente epilepsia e problemas
respiratórios. Relativamente à atividade e participação destes alunos, as suas
maiores dificuldades situam-se a nível:
·
dos processos da
interação com o meio ambiente (com pessoas e objetos);
·
da compreensão do
mundo envolvente (dificuldade em aceder à informação);
·
da seleção dos
estímulos relevantes; da compreensão e interpretação da informação recebida;
·
da aquisição de
competências;
·
da concentração e
atenção;
·
do pensamento;
·
da tomada de
decisões sobre a sua vida;
·
da resolução de
problemas.
De realçar, ainda, que a qualidade e quantidade de informação recebida
e percebida é normalmente limitada e distorcida, devido, em parte, às suas
limitações mas também ao facto de terem poucas experiências significativas
(Amaral, 2002).
Como se depreende estas limitações e dificuldades fazem com que estes
alunos compreendam o mundo de modo diferente, precisem de ter mais experiências
significativas para manterem as competências já desenvolvidas e necessitem de
vivenciar situações idênticas em diferentes contextos que facilitem a generalização
de competências. Normalmente manifestam um tempo de resposta mais lento do que
os alunos sem problemas, dão menos respostas e estas são mais difíceis de
compreender, apresentando um desenvolvimento comunicativo inferior ao esperado
para a sua faixa etária. Estes aspetos têm naturalmente influência na
quantidade e na qualidade das interações estabelecidas com o meio envolvente
levando estes alunos a um reduzido número de parceiros e de ambientes (ibid).
Estes alunos, normalmente, não usam a linguagem oral, o que lhes dificulta significativamente
a comunicação com os outros. A incapacidade para usar a fala tem um impacto
muito forte no desenvolvimento das capacidades individuais, no controlo do Necessidade
de participarem em Experiências significativas Dificuldades influenciam quantidade
e qualidade das interações Dificuldades ao nível das atividades e participação
Dificuldades de comunicação.
Organização da resposta educativa ambiente que as rodeia (mesmo o mais
elementar aspeto da vida diária), para além das suas repercussões no desenvolvimento
social. As barreiras que se colocam à sua participação e à aprendizagem são
muito significativas e faz como que necessitem de:
·
apoio intensivo
quer na realização das atividades diárias, quer na aprendizagem;
·
parceiros que os
aceitem como participantes ativos e sejam responsivos;
·
vivências idênticas
em ambientes diferenciados;
·
ambientes comuns
onde existam oportunidades significativas para participar
em múltiplas experiências diversificadas;
·
oportunidades para
interagir com pessoas e com objetos significativos.
(Amaral et
al, 2004)
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