PRÉMIO LEYA
Vencedor 2018
O Prémio LeYa 2018 é atribuído ao
romance “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior, pela solidez da construção, o
equilíbrio da narrativa e a forma como aborda o universo rural do Brasil,
colocando ênfase nas figuras femininas, na sua liberdade e na violência
exercida sobre o corpo num contexto dominado pela sociedade patriarcal.
Sendo um romance que parte de uma
realidade concreta, em que situações de opressão quer social quer do homem em
relação à mulher, a narrativa encontra um plano alegórico, sem entrar num
estilo barroco, que ganha contornos universais. Destaca-se a qualidade
literária de uma escrita em que se reconhece plenamente o escritor.
Todos estes motivos justificam a atribuição por
unanimidade deste prémio.
Sobre o autor
Itamar Vieira Junior nasceu em
Salvador, Bahia, em 1979. É escritor, geógrafo e doutorado em Estudos Étnicos
e Africanos (UFBA). São de sua autoria os livros de contos “Dias” (Caramurê,
2012), vencedor do XI Prêmio Arte e Cultura (Literatura – 2012), e “A oração
do carrasco” (Mondrongo, 2017), obra selecionada pelo edital setorial de
literatura da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Dois dos seus contos
foram traduzidos e publicados em revistas especializadas na França. É
colunista da São Paulo Review. Este ano é um dos finalistas do Prémio
Jabuti na categoria de conto.
Sobre o Prémio LeYa 2018
No seu décimo aniversário, o Prémio LeYa apresenta este ano novidades no seu júri. Perante a saída do escritor angolano Pepetela e dos professores e críticos brasileiros José Castelo e Rita Chaves – os quais, desde já, homenageamos pela excelente colaboração de muitos anos com o prémio -, passam este ano a integrar o júri do Prémio LeYa a escritora e poeta angolana Ana Paula Tavares, a jornalista e crítica literária portuguesa Isabel Lucas e o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck. Mantêm-se no júri Lourenço do Rosário, Professor de Letras, fundador e antigo reitor da Universidade Politécnica de Maputo, José Carlos Seabra Pereira, Professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Coimbra, Nuno Júdice e Manuel Alegre (Presidente do Júri), ambos poetas e escritores.
O concurso deste ano contou com 348 originais
provenientes de 13 países. Portugal e Brasil são aqueles de onde provém a
maioria dos originais avaliados, tendo chegado obras de países tão diversos
como Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, China ou até
mesmo da Islândia, entre muitos outros.
Com o valor de 100 mil euros, o Prémio LeYa é o
maior prémio literário para romances inéditos de todo o mundo de língua
portuguesa. No seu percurso, que este ano atinge o 10º ano, já premiou e deu
a conhecer ao mundo os romances “O Rastro do Jaguar”, do brasileiro Murilo
Carvalho (2008), “O Olho de Hertzog”, do escritor moçambicano João Paulo
Borges Coelho (2009), “O Teu Rosto Será o Ultimo”, de João Ricardo Pedro
(2011), “Debaixo de Algum Céu”, de Nuno Camarneiro (2012), “Uma Outra Voz”,
de Gabriela Ruivo Trindade (2013), “O Meu Irmão”, de Afonso Reis Cabral
(2014), “O Coro dos Defuntos”, de António Tavares (2015) e “Os Loucos da Rua
Mazur”, de João Pinto Coelho (2017). Este ano o prémio é atribuído a “O Torto
Arado”, de Itamar Rangel Vieira Júnior.
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