sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O Jornal da Escola e a Colaboração da BE - Parte II

"Está na margem de um rio, o mais profundo e traiçoeiro rio do planeta.
Contudo, o leitor quer ir para o outro lado. Como fazer?
Procura uma ponte. Não há pontes.
Tenta encontrar um barco. Não há barcos.
Quer voar para o outro lado. Não há aviões.
Frustrado, procura matérias de construção. Não existem.
Pensa contornar o rio a pé, mas ele flui sem interrupção desde o pólo Norte até ao pólo Sul. Em desespero pensa em nadar. Mas o rio é demasisado largo e turbulento. Todos aqueles que alguma vez nele entraram afugaram-se. Contudo, o leitor quer ir para o outro lado. Mas como? Quando outros tentaram fazer um túnel por baixo do rio, o água infiltrou-se e afogou-os. Quando tentaram drenar o rio, descobriram que as águas são inesgotáveis.
O leitor tentou tudo o que se lembrou. Nada funcionou. É impossível atravessar o rio. Contudo, quer passar para o outro lado. Como fazê-lo?"
Aparentementetrata-se de um problema sem solução. Mas a solução existe e o pressuposto subjacente implica encontrar respostas fora dos contextos ortodoxos habituais - a mesmidade pode ser um obstáculo ao nosso pensamento.
Não há perguntas absolutamente sem respostas, existem apenas perguntas condicionalmente sem resposta, da mesma forma, também não existem perguntas absolutamente com resposta, apenas há perguntas condicionalmente com resposta - tudo depende dos nossos pressupostos humanos e evolutivos.
Pensem, por exemplo, na geometria de Euclides, cujos paradoxos encontram resposta nas demonstrações das geometrias não euclidianas.
Reinventar implica estar atento, ler, compreender, reflectir, mesmo numa época de poluição imagética como a nossa. Talvez a desculpa - famigerada - seja o facto de ainda estarmos encobertos pelo Véu de Maia.
Por isso, não pensem, não vejam, não leiam!
Sejam apenas felizes...Boas festas!

A coordenadora da Biblioteca
Inês Aguiar

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