Drones impressos em 3D para as crianças programarem nas escolas
ALEX CAZORLA
Cofundador da
Bonadrone
https://youtu.be/uJ_AbHfl0sQ
O acrónimo
STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) é uma
das palavras da moda. Cada vez que alguém pergunta como enfrentar as futuras
revoluções digitais ou se formulam cenários de profissões do futuro, o STEM
surge como estrela. Trata-se de um simples capricho ou de uma evidência
comprovada? De acordo com um estudo da Randstad Research, em 2022 serão
necessários em Espanha 1.25 milhões de postos de trabalho qualificados para
fazer face à digitalização e robotização da grande maioria das tarefas
produtivas. Neste caso, poderia afirmar-se que, para evitar que os robôs acabem
por nos roubar o trabalho, o melhor é aprender a construí-los e programá-los.
Curiosamente, embora se conheça a necessidade de formação em STEM para
enfrentar esta grande mudança, o número de licenciados nestas áreas não aumenta
de ano para ano. Antes pelo contrário: em 2021, espera-se que se formem cerca
de 57 600 estudantes, um número bastante inferior aos 69 113 que o fizeram em
2016. Este défice também pode ser observado no mercado de trabalho, onde,
segundo a Adecco, existem menos 60% de engenheiros informáticos do que os
atualmente necessários em toda a Europa.
Geralmente
consideradas matérias difíceis, a ciência em geral (e a matemática em
particular) despertaram demasiadas vezes a antipatia dos mais jovens. É uma
ideia injusta que esconde, sem dúvida, uma forma pouco feliz de as ensinar que
talvez tenha travado um bom número de vocações. A empresa catalã Bonadrone
nasce precisamente com o objetivo de despertar vocações científicas. Para isso,
desenvolveu kits de construção de drones que incluem material docente centrado
no desenho CAD, na impressão 3D, na eletrónica ou na programação.
"Queremos levar as novas tecnologias aos estabelecimentos de ensino, pois
é lá que se cria o potencial do futuro", garante Alex Cazorla, cofundador
da Bonadrone. "O que vemos hoje é que muitos professores querem ensinar
novas tecnologias, mas não sabem como. Queremos disponibilizar todas as
ferramentas para que isso seja possível." Com a ajuda dos professores, os
alunos não só montarão os seus drones, como terão também a tarefa contínua de
programar o aparelho e de incluir sensores que lhes permitirão desenvolver
diferentes projetos.
Segundo
Cazorla é necessária uma mudança de mentalidade em relação a uma forma de
ensino que se está a tornar obsoleta: "O ensino ainda é unidirecional, ou
seja, o professor explica e os alunos ouvem. Não consideramos que seja um bom
sistema de aprendizagem." Defende uma mudança de sistema segundo a qual
"o protagonista será o aluno e não o professor. O professor tem de ser
apenas mais uma ferramenta do sistema educativo."
Entrevista e
edição: Azahara Mígel, Cristina del Moral
Texto: José L. Álvarez Cedena
Texto: José L. Álvarez Cedena
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